Santa Casa de Campo Grande enfrenta uma crise financeira grave, com um déficit anual de R$ 158 milhões, afetando o pagamento de médicos, fornecedores e insumos, o que resultou na paralisação de cirurgias e consultas. O hospital tem um custo mensal de R$ 45 milhões, mas recebe apenas R$ 32 milhões em repasses da União, Estado e Município, acumulando uma dívida de R$ 70 milhões com fornecedores e prestadores de serviço.
A Santa Casa de Campo Grande enfrenta uma crise financeira grave, com um déficit anual de R$ 158 milhões, afetando o pagamento de médicos, fornecedores e insumos, o que resultou na paralisação de cirurgias e consultas. O hospital tem um custo mensal de R$ 45 milhões, mas recebe apenas R$ 32 milhões em repasses da União, Estado e Município, acumulando uma dívida de R$ 70 milhões com fornecedores e prestadores de serviço.
O problema foi debatido em audiência pública na Assembleia Legislativa de MS, onde o deputado Pedrossian Neto destacou que os repasses não acompanharam a inflação desde 2017, gerando perdas de R$ 213 milhões. Ele propôs reajustes baseados na inflação e participação do estado em um grupo de trabalho do Tribunal de Contas da União (TCU) para aprimorar o financiamento da saúde.
A presidente da Santa Casa, Alir Terra Lima, enfatizou que a Tabela SUS está defasada e não cobre os custos hospitalares, tornando o problema sistêmico e afetando outros hospitais filantrópicos do estado. Como possíveis soluções, foram mencionados R$ 25 milhões em emendas federais, aumento do repasse municipal de R$ 5 milhões para R$ 7 milhões e um projeto de isenção de ICMS para hospitais filantrópicos.
A ADECC - Associação Estadual de Defesa da Cidadania e do Consumidor esteve presente na audiência, representada por sua presidente, Araci Araújo, que colaborou e contribuiu para o debate, ressaltando o impacto da crise hospitalar na promoção da cidadania no estado. Em sua fala, Araci destacou sua experiência como enfermeira e seu conhecimento dos bastidores da saúde pública. Segundo ela, a crise na Santa Casa reflete a falta de respeito em três frentes fundamentais:
1.Respeito aos funcionários – que necessitam de dignidade financeira, destacando a atuação do SIEMS - Sindicato dos Profissionais de Enfermagem, que esteve presente não apenas na audiência, mas também ao longo de toda a crise.
2.Respeito aos pacientes e à população – que dependem do atendimento de um hospital referência no estado.
3.Respeito ao dinheiro público – criticando a transferência de responsabilidades entre os entes governamentais, afirmando que “dinheiro tem”, e que a Assembleia Legislativa tem o dever de fiscalizar a aplicação dos recursos.
A audiência contou com a presença de profissionais da saúde, representantes do governo, parlamentares e demais envolvidos na gestão hospitalar.